segunda-feira, 30 de junho de 2008

Dor que desatina

E o tempo me consumiu como se eu fosse seu combustível, me engoliu como se eu fosse líquido, me mastigou como se eu fosse um doce.
Me triturou em mil pedaços, virou um liquidificador.
Sou mil pedaços coloridos de cheiros e sabores diferentes, e agora sou a ânsia do tempo que me jorra como se eu fosse resto e eu me espirro por todo lado, me espalho por aí, com dores intensas e crises existenciais.
Ele não teve piedade, não vibrou compaixão, me puniu, me magoou, me castigou por nele eu ter acreditado severamente.
Acompanhei o tempo na velocidade que meu coração pôde suportar, e fui mais além.. dei meu corpo, meu espírito e fiquei vazia, já não sou nada.
Não sinto mais nada, nem penso em coisa alguma, já não dói mais (acostumei), já não pulsa, parei de respirar.
AH! E agora volto a tona, respirando ofegante, inebriante de desejos temporais.E o tempo na verdade não existe, é um monstro que criei, que me ensurdece e me aliena, me amedronta, faz de mim insana como nunca, insensata, excessiva, louca, correndo, cantando, berrando, vomitando palavras vazias, sem nexo.






E se acabou no chão feito um pacote bêbado








domingo, 29 de junho de 2008

Azedume

Estou nua
Vestida apenas da mais pura insanidade
Me contrariando a cada segundo
Que passa cada vez mais rápido
Levando meus pensamentos
Assim como o vento que
sopra no meu rosto, e leva
as unicas expressões que me restam.
Estou só
Perdida nessa tremenda quimera
Que me deixa confusa
Que me faz perder a lucidez
Que me faz morar num mundo imaginário
Onde tudo é fictício, onde eu sou inépia
inépia ao fazer uma poesia
sou translúcida
devoro-me,
trucido-me.


Gabi Person